voltagem. Que seria do frágil motor elétrico, construído para suportar a carga máxima de
120 volts, caso de súbito recebesse o potencial de 13.000 volts, diretamente da usina
elétrica?
Anjo exilado na matéria, o Alto então lhe oferecera a encantadora moldura feita de
luz, cor e poesia de Nazaré para amenizar-lhe um pouco a condição aflitiva de
permanecer algum tempo segregado na carne, no desempenho generoso e sacrificial a
serviço da criatura humana.
PERGUNTA: — Através da leitura de certa biografia de Jesus, tivemos
conhecimento de que ele era realmente um enfermo, porque suava sangue pelos poros.
Que dizeis?
RAMATÍS: — Não ignoramos os sentenciosos diagnósticos de alguns médicos
terrenos, envaidecidos pela ciência acadêmica e que procuram situar Jesus na
terminologia patogênica de “hematidrose”, porque ele exsudava suores impregnados de
sangue.
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Escritores e médicos presunçosos procuram explicar a hiperfunção das glândulas
sudoríparas de Jesus num esquema patológico, porque ignoram, em absoluto, que o
organismo carnal do Mestre é que lançava mão de recursos de emergência para subsistir
ante a carga espiritual poderosa que lhe atuava além da resistência biológica humana. Ele
vivia sob estados febris e excitações incomuns em dramática luta para manter-se sob o
excesso do potencial que lhe descia do céu, procurando a matéria e fluindo pelo seu
corpo, como se este fora realmente um poderoso fio-terra vivo.
A sua natureza carnal processava verdadeira descarga fluido-magnética através do
sistema glandular, cuja exsudação sangüínea jamais poderá ser considerada um ataque
específico e mórbido de “hematidrose”. Após esse fenômeno, tal qual aconteceu no Horto
das Oliveiras, às vésperas do sacrifício no Calvário, o Espírito do Mestre desafogava-se
adquirindo certa liberdade sobre o corpo desfalecido, exausto e febril. O Divino Mestre era
um cadinho de química transcendental fabulosa, no qual se processavam as mais
avançadas reações dos problemas espirituais. O passado e o futuro não tinham limites de
graduação na sua mente poderosa e genial. Os conceitos mais insignificantes poderiam se
tornar sentenças milenárias sob o toque mágico de sua alma.
Desde moço ele misturava-se com os forasteiros e mercadores provindos do Egito,
da Índia, Caldéia, Grécia, África e outros extremos do orbe. Fazia questão de prestar-
lhes pequenos favores nos entrepostos das estradas só para ouvi-los falar de outros
povos e outras terras. O jovem nazareno, admirado e querido por todos, graças ao seu
aspecto atraente e sua fisionomia sempre serena, como pela sua atenção e cortesia,
deliciava-se, fascinado, ouvindo as minúcias dos costumes, do folclore, dos sonhos, dos
ideais e das realizações de outros povos que viviam além das fronteiras da Judéia. Ágil
de memória, tenaz indagador e jamais satisfeito em sua curiosidade sadia e construtiva,
Jesus hauria, emocionado, o conteúdo das histórias de outros homens e formava o
amálgama do conhecimento psicológico e filosófico do mundo, que mais tarde tanto
surpreendeu e ainda surpreende os seus biógrafos.
Quem poderia supor que Jesus, o jovem filho de José, o carpinteiro, um moço de olhos
esplendorosos, insaciável nas suas indagações de “sabe tudo”, carregava nos ombros
frágeis a cruz das dores e do sofrimento de todos os homens? Quem poderia prever a sua
renúncia, o seu sacrifício e heroísmo diante da morte carnal, para transfundir a luz do Cristo
Planetário às sombras do orbe terráqueo? Entre todas as mensagens trazidas dos mais
longínquos lugares da Terra, era ele o portador, o genial compilador do mais elevado
Código Moral de ajuda à humanidade.
Essa assimilação rápida de verdadeira catadupa de conhecimentos os mais exóticos,
difíceis e impossíveis ao homem comum, causava espanto aos próprios rabis e
intelectuais da época. Em breve, Jesus era conhecido como “um homem de letras e de
ciências, que tudo sabia, sem ter sido visto a estudar”. A sua mente, como poderoso
catalisador, num ápice de segundo solucionava as equações mais complexas e concluía
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“E veio-lhe um suor, como de gotas de sangue, que corria sobre a terra” (Lucas, 22:44). Aliás, a própria
medicina, até certo tempo, considerava a sangria excelente terapêutica para os casos de síncope e apoplexia.
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