Jamais alguém a viu altercar com os seus filhos ou com os de José, pois estes 

também a chamavam mãe e lhe tributavam todo o carinho filial. Espírito angélico, 
pertencia à mesma hierarquia dos Amadores, embora sem poder igualar Jesus em 
sabedoria sideral. Assim, quis o destino, portanto, que ela habitasse a Judéia e do seu 
esponsalício com José, viúvo de Débora, devesse gerar o corpo físico do sublime Espírito 
de Jesus e atender à vontade do Senhor, em benefício da humanidade terrena. 

 
PERGUNTA: — Porventura o fato bíblico de Jesus ter nascido da “linhagem” de Davi 

não teria sido arranjo dos evangelistas, para justificarem a profecia de Isaías? (Isaías, 
9:6,7). 

RAMATÍS: — Em face do avançado metabolismo espiritual de Jesus e pelo fato de ser 

um missionário, em vez de alma sob retificação cármica de existências passadas, ele 
merecia o comando de um organismo da melhor linhagem biológica carnal, proveniente de 
ancestrais zelosos de sua espécie. Esse organismo carnal, além de tudo, deveria possuir 
um cérebro físico capaz de resistir sem se desintegrar, quando atuado pelo fabuloso 
potencial do Espírito de Jesus até o prazo messiânico cronometrado pelo Alto. A sua 
sensibilidade incomum e a capacidade de visão panorâmica sobre a via cósmica faziam-no 
merecedor de um equipo carnal da mais apurada genealogia entre as melhores estirpes 
humanas da Terra. 

Há muitos séculos os psicólogos siderais já investigavam as linhagens e as 

gerações judaicas, quanto à sua resistência biológica ancestral, a fim de garantir o êxito 
do Messias na Terra e proporcionar-lhe um instrumento carnal à altura do seu 
merecimento e natureza de sua missão. Em conseqüência, foram selecionadas diversas 
famílias hebréias e feita a apuração do seu coeficiente de rigidez no exame de suas 
gerações. Disso resultou que, tanto a descendência de Hilel, quanto a de Davi 
apresentavam os gens mais saudáveis e de melhor vitalidade. Em seguida, os Mestres 
Siderais optaram pela estirpe hereditária de Davi como fundamento ancestral do 
organismo de Jesus, embora ele tenha sido um famigerado devastador de povos e 
desencarnado seriamente comprometido em espírito. O certo é que os seus 
descendentes, por orgulho de raça ou por inspiração superior, há muitos séculos vinham 
preservando a sua linhagem carnal, mantendo-a sadia e com um equipo nervoso de alta 
sensibilidade, adequado para as atividades do Messias, na Terra. Os últimos 
remanescentes de Davi não só eram vegetarianos, como avessos às especiarias, 
tóxicos, condimentos, álcool e vícios que afetam o perfeito equilíbrio da saúde. 

 
PERGUNTA: — A natureza espiritual angélica de Jesus não era suficiente para 

dispensar tais preocupações seletivas da genética para a composição do seu corpo? É o 
espírito que se impõe à matéria ou esta é que algema o espírito? 

RAMATÍS: — Quando é enxertada a muda frutífera de qualidade superior no 

chamado “cavalo selvagem”, ou tronco da planta agreste, ela termina sucumbindo sob 
as vergônteas nutridas pela seiva demasiadamente vigorosa e primitiva. O mais exímio 
motorista não consegue sobrepujar a insuficiência mecânica e a má qualidade do 
veículo inferior que dirige, embora ele seja um ás do volante. 

Sem dúvida, o Espírito de Jesus poderia influir e desenvolver seu corpo carnal sadio 

e equilibrado por força de sua graduação superior, sem necessidade de seleções 
genéticas. Mas o fato é que ele mesmo teria dito: “Eu não vim destruir a Lei, mas 
cumpri-la.” Em conseqüência, não viera à Terra produzir milagres e praticar distorções 
ou exercer privilégios, mas apenas cumprir a vontade do Pai que está nos céus. O 
principal fundamento de sua missão junto à humanidade terrena era o de servir-se das 
mesmas oportunidades e submeter-se às mesmas leis a que se cingiam os demais 
homens, a fim de não semear desconfianças capazes de o tornarem um ídolo e não um 
guia. 

Seria algo cruel que Jesus, depois da sua descida tão sacrificial, como o príncipe 

que abandona o seu palácio feérico e sua paz venturosa para servir os homens 
pecadores, ainda tivesse de mobilizar todos os seus recursos angélicos para superar os 
gens inferiores de um organismo proveniente de alcoólatras, epilépticos ou sifilíticos. 

Jesus não era um malfeitor ou um estigmatizado por crimes pretéritos; mas sim, um 

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