Moab. Não descria da reencarnação e conhecia a Lei de Causa e Efeito quanto à sua 
responsabilidade moral; mas ignorava os elos intermediários da verdadeira hierarquia 
espiritual, considerando Jeová e seus anjos uma classe de seres à parte, que deveriam 
morar distante das torpezas humanas e sem descer à humilhação de habitar um lar tão 
modesto quanto o seu. José ainda se considerava grande pecador, por isso, a visita 
assídua de um anjo, em sua casa, conforme lhe assegurava Maria, deveria ser fruto de sua 
imaginação e sensibilidade espiritual. Ouvia as estranhas revelações de sua esposa, mas 
disfarçava, tanto quanto possível, a sua incredulidade quando ela lhe falava do seu anjo de 
guarda resplandecente e do destino glorioso de seu futuro filho. Deliciava-se com a alegria 
da maternidade da companheira feliz, ouvia-lhe as cogitações sublimes, as quais atribuía à 
esperança de toda mãe jovem em sempre gerar um filho talentoso, destinado às glórias e 
aos louvores. José ignorava, no entanto, que Maria ficava semimediunizada pela presença 
excelsa de Jesus em ligação ao seu regaço materno, o qual lhe transmitia emoções 
angélicas, fazendo-a um prolongamento vivo do seu glorioso Espírito. 

 
PERGUNTA: — Apreciaríamos saber se, além da elevada emotividade espiritual 

despertada pela presença do Espírito de Jesus e seus anjos, Maria também revelou 
alguns dos fenômenos peculiares às gestantes terrenas? 

RAMATÍS: — Cumprindo o ciclo fisiológico da gestação do corpo de Jesus, Maria 

também viveu os fenômenos próprios de certas parturientes, tais como a depressão 
sangüínea, o incômodo respiratório e a fadiga devido à nutrição de mais uma vida em seu 
seio. Até os “desejos excêntricos”, manifestos comumente nas gestantes, ela os revelou 
algumas vezes. No entanto, a presença do sublime Jesus sensibilizou de tal modo o seu 
sistema endócrino, que Maria passou a sentir profunda repugnância por qualquer 
alimento carnívoro e seus derivados. O paladar apurou-se e a sua preferência era por 
alimentos delicados, como os pãezinhos de centeio com mel de figo, sucos de frutas e de 
cerejas, que coincidiu do Mestre Jesus também preferir em sua vida terrena. 

As suas amigas e vizinhas esmeravam-se em atender-lhe o gosto nutritivo, procurando 

até frutas “fora do tempo”, para fazerem os gostosos xaropes e caldos das polpas frutíferas. 

 
PERGUNTA: — Estranhamos que o Espírito de Jesus, antes de encarnar-se, já 

despertasse em sua genitora essa tendência particular por uma alimentação à base de 
pães de mel, sucos de frutas ou caldo de cerejas, e a repugnância pela carne. Desde 
que ele ainda não despertara na carne, como poderia sugerir a Maria o desejo por 
iguarias de sua futura preferência? 

RAMATÍS: — Entrando em contato novamente com a carne, Jesus passou a evocar 

psiquicamente as reminiscências de suas existências já vividas no orbe. Como se 
tratava de espírito de alta estirpe sideral, ele sempre viveu na Terra, de modo simples, 
frugal, avesso à carne e nutrindo-se com as mais delicadas dádivas da Natureza, 
incutindo bons estímulos sobre o psiquismo de Maria e sugerindo-lhe alimentos sadios e 
delicados, como ele realmente os preferia toda vez que se manifestava na matéria, pois 
condiziam eletivamente com sua natureza superior. 

Os gostos e as preferências que haviam sido habituais a Jesus nas últimas 

existências terrenas, transformaram-se em evocações a convergir para o psiquismo de 
Maria, sua futura mãe, despertando-lhe reações químicas no sistema endócrino e 
sugerindo “desejos” por alimentos sadios, como vegetais, frutos, sucos e pãezinhos com 
mel de figo.

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Sob a lei de correspondência vibratória espiritual, o corpo carnal de Maria tornou-se a 

tela ou o revelador do psiquismo delicado de Jesus; e as impressões psíquicas dele 

                                                        

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 Em nossa família ocorreu um caso que justifica as asserções de Ramatís. S. L. F., nossa parenta, quando grávida de 

seu segundo filho, passou a detestar a carne que tanto apreciava, manifestando repugnância instintiva e violenta ao 
simples olfato de alimentos carnívoros. Passou a nutrir-se quase que exclusivamente de arroz e saladas, deixando os 
seus familiares receosos de uma anemia em fase tão delicada, os quais não puderam demovê-la dessa alimentação. 
Finalmente, nasceu-lhe o filho, o qual, apesar de descender de pais brasileiros, tem a fisionomia exata de um 
indochinês, avesso a qualquer tipo de carnes ou derivados e se alimentando com arroz e ovos. Hoje, moço de 22 anos, 
é admirador das músicas do Oriente, principalmente a ópera “Turandot”, de Puccini, cujo enredo e musicalidade se 
passam na Indochina, terra de Ramatís. Aliás, mais tarde, soubemos que ele fora realmente dançarino de cerimonial 
religioso num pagode da China, na divisa com a Índia. 
 

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