Portanto, é sempre o Amor manifestando-se nos coloridos mais variados, em
conformidade com a índole de cada ser. Muitas vezes o sábio, o gênio ou o cientista
principiam aquecendo o amor em si mesmos, numa satisfação ainda ególatra. No
entanto, eis que transborda esse amor além das necessidades e da contenção do ser,
para se transformar em doação ao mundo e em benefício da humanidade.
É indubitável que os guias espirituais precursores de Jesus também serviram à
humanidade e a ensinaram para o Bem, porque eram de índole amorosa; mas há
diferença entre as formas de pregar esse Amor, se compararmos Jesus a Confúcio,
Krishna, Buda, Moisés, Zoroastro, Maomé, Gandhi e outros. Só ele, enfim, o mais pobre
dos homens, também foi o mais rico de Amor!
PERGUNTA: — Há, porventura, outros conjuntos de espíritos afinados pelo mesmo
amor e sabedoria, e que se constituem em esferas semelhantes à dos Amadores?
RAMATÍS: — Existem inúmeras outras esferas espirituais com denominações
simbólicas, para conveniente identificação nos registros etéricos ou “akáshicos”
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e que
também reúnem espíritos afinados pelo mesmo sentimento de Amor, quanto à sua
linhagem temperamental. O mundo espiritual é semelhante a um imenso país, cujos
estados são constituídos por essas encantadoras esferas de almas harmonizadas por
sentimentos e objetivos semelhantes, compondo a humanidade venturosa sob o carinho
eterno do Pai. É certo que, em sentido oposto, também existem coletividades satânicas,
agrupadas nas regiões trevosas e formando instituições belicosas, em porfia incessante
contra as entidades do Bem.
À semelhança da comunidade dos Amadores, citamos a esfera dos “Justiceiros”,
constituída por almas cuja jornada messiânica pelo vosso mundo as faz aliar o seu
sentimento fraterno e amoroso à energia que reprova os desregramentos dos homens,
como foram João Batista, Moisés ou Paulo de Tarso; a esfera das “Harpas Eternas”
abrange o conjunto de espíritos eleitos para impregnar a música humana de respeitosa
religiosidade, como Orfeu, Palestrina, Bach, Schubert, Hendel, Mozart, Gounod, Verdi,
Hayden e outros autores dos mais belos oratórios, missas sinfônicas e trechos
religiosos; a esfera dos “Oráculos dos Tempos”, fonte dos profetas como Daniel,
Ezequiel, Jeremias, Job, Isaías, Miquéias, Elezier, Samuel ou Nostradamus; a esfera
das “Safiras da Renúncia” inspirou Gandhi, Francisco de Assis, ou Vicente de Paula; a
esfera dos “Peregrinos do Sacrifício”, almas que se imolaram por idéias ousadas de
esclarecimento espiritual, como João Huss, Giordano Bruno, Joana D’Arc, Sócrates; a
esfera das “Pérolas Ocultas”, refere-se às almas capacitadas para a revelação dos
fenômenos excepcionais da vida invisível, como Antônio de Pádua, Apolônio de Tyana,
Dom João Bosco, Tereza Neumann, Home, Eusapia Paladino e outros; a esfera das
“Chamas do Pensamento” abrange as almas do tipo de Hermes, Zoroastro, Platão,
Buda, Pitágoras, Krishnamurti e outros autores dos novos rumos para a libertação
mental do homem; a esfera das “Estrelas Silenciosas” reúne espíritos mais raros, em
cuja vida física eles se tornaram verdadeiros “canais vivos” de receptividade à fluência
espiritual do Alto sobre os homens, alimentando seus próprios discípulos só pela sua
presença tranqüila e confiante, como Sri Ramana Maharishi, Ananda Moyi Ma, Lahiri
Mahasaya, Giri Bala, Babaji e outros iogues. Na esfera dos “Archotes da Procura”
salientam-se os espíritos preocupados em investigar a religião pelos caminhos da
Ciência, como Blavatstki, Max Hendel, William Crookes, Sinnet, Leadbeater, Besant,
Kardec e Ubaldi.
Insistimos em dizer-vos que essas denominações correspondem mais propriamente
às exigências da linguagem do mundo físico, a fim de fazerdes uma idéia aproximada
das peculiaridades manifestas por esses espíritos em seus conjuntos ou esferas
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Nota do Revisor: - O “Ákasha” é um estado muito mais sutil ainda do que a matéria cósmica, embora não seja o
éter propriamente admitido pela ciência como um meio transmissivo. Nele se reflete e se grava qualquer ação ou
fenômeno do mundo físico, e que mais tarde os bons psicômetros podem lê-los graças à sua faculdade psíquica
incomum. Myers chama a esse estado cósmico de “metaetérico” e Ernesto Bozzano o explica satisfatoriamente na
sua obra
Os Enigmas da Psicometria
, no VI Caso, à pág. 41. Aconselhamos, também, a leitura do capítulo XXVI,
“Psicometria”, da obra
Nos Domínios da Mediunidade
, de Chico Xavier, e as págs. 191 a 197, da obra
Devassando o
Invisível
, de Yvonne A. Pereira.
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