prevista no calendário sideral para o advento de Jesus. A boa influência astrológica, pela 
presença de um fluido sedativo e simpático, seria então um estímulo ou um convite para 
despertar os melhores sentimentos da humanidade terrena. Enfim, foi um feliz evento 
astrológico que catalisou sentimentos amorosos e pensamentos mais ternos e pacíficos 
nos homens, criando-lhes uma predisposição salutar para o melhor êxito da Era Cristã. 

Naquela época, em torno do orbe terráqueo, expandiu-se um magnetismo de 

natureza superior, que ativou as boas ações nas criaturas eletivas para isso. Os espíritas 
e os ocultistas sabem que a Vida é resultante do potencial de forças manifestas do 
mundo oculto para o exterior. A matéria compacta para os sentidos humanos é somente 
um aglomerado de elementos invisíveis, como as moléculas e os átomos, os quais ainda 
se subdividem em elétrons, pósitrons, radiações, ondas, nêutrons, mésons, prótons etc. 
Há bilhões e bilhões de átomos numa simples gota d’água, pois se ela fosse ampliada até 
ficar do tamanho da Terra, cada um dos seus átomos não seria maior do que uma bola 
de futebol. Atualmente, os cientistas mais capacitados já admitem a existência de 
“campos mentais”, formados de energia distinta e superior, e dotada de impulsos 
inteligentes. Aquilo que os velhos hindus, há milênios, explicavam nos seus compêndios 
esotéricos sobre a imortalidade da mente após a desintegração do corpo carnal, os 
cientistas modernos já aceitam como evidente, afirmando que o campo mental do homem 
sobrevive. 

Em conseqüência, os planetas, quando tomam determinadas posições nos signos 

astrológicos, constituem-se em verdadeiros condensadores de forças ocultas que se 
atritam, encorpam-se, elevam-se, expluem-se e arremessam-se em seu potencial para 
todos os sentidos e direções. Obviamente, a humanidade de um orbe físico sofre na sua 
contextura etérica, astral e mental a ação de uma carga semelhante, que for emitida pela 
humanidade do mundo que lhe está mais próximo. E conforme seja o estado espiritual 
dos habitantes desse orbe mais próximo, é evidente que também se poderá acusar os 
seus bons ou maus estímulos magnéticos. Independente da distância física existente 
entre os astros, eles estão interligados ocultamente pelas forças que emanam de todo o 
Universo e fluem em todos os sentidos. 

Por conseqüência, se o planeta Júpiter, durante sua aproximação astronômica, projeta 

boa influência magnética sobre a Terra, porque a sua humanidade vibra emoções e 
pensamentos de elevado padrão moral, é evidente que os jupiterianos, em sentido contrário, 
hão de sofrer um impacto violento da carga desagradável emitida pelos recalques mentais 
dos três bilhões de terrícolas. 

A conjunção Saturno, Marte e Júpiter, cujo rio planetário transporta uma carga 

humana moralmente superior à da Terra, então produziu um acasalamento de fluidos 
bons, que embeberam o vosso mundo de salutar influência e predispôs os terrícolas a 
sentimentos mais elevados. Assim, os homens bons, amorosos e pacíficos, sob a 
influência planetária benfeitora do manto suave do signo de Pisces, tornaram-se mais 
predispostos à bondade, paz de espírito, ternura e mansuetude, compondo na atmosfera 
da Galiléia um campo psíquico favorabilíssimo para o advento da Era Cristã. E, 
evidentemente, os maus, os belicosos e os irascíveis, sob tão boa influência, sentiram-
se estimulados a melhorar os seus impulsos animalizados. 

 
PERGUNTA: — Tratando-se de um assunto incomum e dificílimo para a nossa 

compreensão, gostaríamos que nos désseis um exemplo mais acessível a respeito 
dessa influência benéfica astrológica. É possível? 

RAMATÍS: — Sabeis que no dia de Natal, por exemplo, à simples lembrança do 

nascimento de Jesus, os pensamentos e os sentimentos dos homens se manifestam mais 
ternos e menos instintivos. É um dia de “boa influência” espiritual, pois abranda até os 
temperamentos mais empedernidos e reacende um júbilo incomum na alma das criaturas. 
Em vez de empreendimentos de ódios, especulações destruidoras ou preocupações 
odientas, o Natal estimula as campanhas de caridade em benefício dos órfãos, dos velhos, 
dos pobres e dos presidiários. Embora aqueles que semeiam o bem nesse dia possam já 
ser portadores de sentimentos amorosos mesmo independente do dia de Natal, a data 
festiva do nascimento de Jesus predispõe a boa influência, incentiva os impulsos para 
avivar a realização de ações e fatos concretos de fraternidade. 

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