humanidades encarnadas. Assim, embora a vida angélica possa transcorrer acima da
idéia ou do simbolismo de “tempo” e “espaço” da convenção humana, o Alto precisa
cingir-se a um esquema de controle sideral, quanto às suas relações e determinações
cármicas ou evolutivas com os mundos materiais. Em conseqüência, o prosaico
calendário da humanidade terrena, que lhe disciplina as atividades baseado na
translação e rotação do planeta Terra em torno do Sol, nada mais é do que uma
decorrência do “calendário sideral” fixado pelo Alto para controlar os fenômenos do
próprio Cosmo.
PERGUNTA: — Será possível esclarecer-nos, com algum exemplo objetivo, quanto
a esse calendário sideral, com que os Diretores do nosso sistema disciplinam os
principais eventos dos orbes, tal como a descida de Jesus e a sua missão sacrificial?
RAMATÍS: — Se no vosso mundo há um calendário para disciplinar todos os
fenômenos e os fatos da vida humana, dividido em pequenos ciclos chamados dias,
semanas e meses, e grandes ciclos denominados anos, séculos ou milênios, é evidente
que a Administração Sideral também possui o seu modo especial de marcar os
acontecimentos que se sucedem no Cosmo, com relação a cada planeta e sua
humanidade, dentro de uma convenção de “tempo” e “espaço”. Porventura as principais
datas nacionais de vossa Pátria, e o Natal ou o Ano Novo, já não se encontram
devidamente determinados no calendário terreno, para que não aconteça confusão,
desmandos ou imprevistos? Se não fora esse calendário como atenderíeis, sem
perturbações, às vossas relações sociais, especulações comerciais, porfias esportivas,
obrigações religiosas, intercâmbios turísticos, regozijos artísticos, congressos científicos,
nascimentos, natalícios, esponsais e até o culto fúnebre da morte?
Sem dúvida, a administração de um sistema solar e mesmo de um orbe é bem mais
complexa e importante do que o controle das atividades humanas; e os seus motivos
também exigem um sistema ou ordem capaz de prever disciplinadamente todos os
acontecimentos futuros mais importantes. Assim como o homem coordena o simbolismo
do tempo em sua mente “finita”, graças à tabela do seu calendário, a Administração
Sideral disciplina os seus eventos cósmicos prevendo, marcando e controlando os
acontecimentos principais que se sucedem e se desdobram no decorrer de um “Grande
Plano”.
Os diretores do Sistema Solar, ou do berço da Terra, também precisam situar-se na
idéia de “tempo” e “espaço” para interferir no momento justo das necessidades de reajuste
planetário e intensificação espiritual das humanidades dos orbes sob sua direção.
Eis, pois, o sentido da Astrologia! Ela é o calendário sideral e a marcação cósmica
de que se serve a Administração Sideral do orbe para assinalar os eventos excepcionais
em perfeita concomitância com o próprio calendário do homem. A ciência acadêmica
zomba dos acontecimentos previstos nos esquemas zodiacais, mas ainda ignora o
mecanismo que disciplina o processo astrológico. Até a Idade Média a Astrologia foi
considerada uma Ciência; no entanto, quando o Clero se apoderou de suas bases
científicas e as deixou misturar-se com as lendas miraculosas tão comuns às fórmulas
das religiões em crescimento, então ela se deturpou no seu verdadeiro sentido e
interpretação. A Astrologia, em verdade, é o espírito da Astronomia, que se manifesta
pela sua influência fluídica e magnética na composição de signos, situações de astros e
conjunções planetárias. Aliás, não nos referimos ao comércio de horóscopos a domicílio,
que assinalam os dias favoráveis para os “bons negócios” ou os dias aziagos para os
seus consulentes, em concorrência com a “buena dicha” dos ciganos.
Ela é o calendário sideral, cujos “signos” significam os dias comuns, sucedendo-
se no mesmo ritmo limitativo e semelhante à marcação da folhinha humana; as
conjunções, no entanto, seriam as datas excepcionais, os marcos mais importantes
e menos freqüentes. A Astrologia, como um calendário sideral, que limita um
“tempo” dentro do mesmo ciclo de Criação e dissolução do Cosmo material, facilita
aos Diretores do Sistema Solar prever o momento em que se efetuam as
modificações da estrutura dos orbes e os eventos evolutivos ou expiativos de suas
humanidades. Por isso os ocultistas, iogues e os astrólogos orientais conhecem que
o tempo exato de um “Manvantara”, o “Grande Plano”, do calendário sideral,
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