3. 

A descida angélica e a queda angélica 

 
 
 
 
 
 

 
PERGUNTA: — Poderíeis esclarecer-nos qual é a diferença entre a “descida 

angélica” e “queda angélica”, a fim de compreendermos melhor a descida vibratória de 
Jesus ao nosso mundo físico? 

RAMATÍS: — A descida angélica é quando o Espírito de Deus desce 

vibratoriamente até ao extremo convencional da Matéria, cujo acontecimento é 
conhecido pelos hindus como o “Dia de Brahma” e distingue o fenômeno da criação no 
seio do próprio Criador. É uma operação que abrange todo o Cosmo, ainda 
incompreensível para o homem finito e escravo das formas transitórias. A queda 
angélica, no entanto, refere-se especificamente à precipitação ou exílio de espíritos 
rebeldes, que depois de reprovados na tradicional seleção espiritual de “Fim de Tempos” 
ou de “Juízos Finais”, transladam-se do orbe de sua moradia para outros mundos 
inferiores. Os reprovados colocam-se simbolicamente à esquerda do Cristo, que é o 
Amor, e emigram para outros planetas em afinidade com sua índole revoltosa e má, a 
fim de repetirem as lições espirituais negligenciadas e então recuperarem o tempo 
perdido mediante um labor educativo mais rigoroso. 

Daí a lenda da “queda dos anjos”, que se revoltaram contra Deus; e depois de 

expulsos do Céu transformaram-se em “diabos” decididos a atormentar os homens. Aliás, 
tais “anjos” são espíritos de inteligência algo desenvolvida, que lideraram movimentos de 
realce e foram prepotentes nos mundos transitórios da carne, onde se impuseram por um 
excesso intelectivo, causando sérios prejuízos ao próximo. Maquiavélicos, cruéis ou 
astutos, renegam-se à retificação espiritual espontânea e opõem-se veementemente 
contra quaisquer diretrizes redentoras que lhes façam sofrer ou lhes exijam a renúncia, o 
perdão e a prática do amor ensinados pelo Cristo-Jesus. São obstinados, argutos e 
arrojados, mas profundamente egotistas, jamais cedem no seu orgulho e recusam-se a 
aderir a qualquer princípio crístico do mundo angélico. O seu conceito radical e obstinado 
é o seguinte: “O mundo material pertence aos homens e o Céu aos anjos.” Então eles 
caem de suas posições prestigiosas e perdem-se pelo despotismo, pois se a razão lhes 
dá a medida exata do mundo de formas, infelizmente isso lhes aniquila o senso intuitivo 
da realidade espiritual. Os “anjos” decaídos são espíritos rebeldes a qualquer insinuação 
redentora que lhes fira o orgulho ou lhes enfraqueça a personalidade humana. 

Quando encarnados, mobilizam seu talento incomum para demolir as instituições e 

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