menores é que resolviam os problemas mais simples da Fraternidade, pois ali se 
tratavam enfermos, alimentavam-se famintos e vestiam-se desnudos. À noite, conforme 
as posses dos hospedeiros, sempre havia a enxerga pobre ou o leito confortável para o 
discípulo retardatário. O companheiro que chegava e se fazia conhecer como filiado, era 
uma dádiva cultuada por toda a família do “chefe servidor” do santuário. Ele então 
merecia o melhor da casa; boa alimentação e bom repouso, enquanto trocavam-se 
sugestões e notícias ou se faziam projetos de maior divulgação dos princípios generosos 
da caridade e do amor tão carinhosamente cultivados pelos Essênios. Sob tal influência, 
o Cristianismo também revelou entre os seus adeptos um elevado espírito de 
confraternização e hospedagem afetuosa. 

Em geral, os terapeutas ou filiados externos reconheciam-se pelo sinal característico 

de cerrar a mão direita e apontar o dedo indicador para o céu, enquanto os adeptos do 
Círculo Interno fechavam o dedo mínimo e o anular, deixando o polegar, o indicador e o 
médio abertos e erguidos até à altura da cabeça, conforme o próprio Jesus o fazia 
habitualmente e se pode verificar pelas estampas católicas. A saudação peculiar 
preferida entre eles era “A Paz esteja convosco”, a qual punha à vontade aquele que 
fazia parte da comunidade e a seguir respondia: “Seja a Paz em ti e em mim pela graça 
do Senhor!” 

A consagração dos neófitos para o serviço da Fraternidade era processada sob um 

ritual simples, mas bastante significativo, em face do seu elevado simbolismo dominante 
no ato. Após algum momento de silêncio e o devido ajuste espiritual entre todos os 
presentes, numa atmosfera de expectativa ante a admissão de novos elementos que 
passariam a viver as regras superiores, então o Servidor Menor trazia o jarro e a bacia 
de louça, ambos imaculadamente brancos e exclusivos para aquele uso, a fim de ser 
feita a lavagem ou ablução das mãos. Essa cerimônia simples e muito expressiva 
significava que o neófito purificava suas mãos ao servir-se da água, a linfa criadora e a 
base da vida planetária. Ele se comprometia a jamais conspurcar suas mãos dali por 
diante em qualquer ação menos digna, pois a água de que se servia, além de 
magnetizada pelos terapeutas, também recebia a bênção dos anciãos. Aliás, os 
santuários menores representavam o limiar do Templo. Ali, o primeiro grau eqüivalia ao 
grau de aprendiz da atual maçonaria do rito escocês, e o segundo grau correspondia ao 
de companheiro. Após o aprendiz ter estagiado dois anos na filiação preliminar do 
santuário menor externo e cumprido o voto do bom uso das mãos no mundo profano, 
sem aviltá-las em práticas viciosas ou atos censuráveis, então podia submeter-se ao 
cerimonial do segundo grau preliminar. Repetia-se a mesma cena emotiva do primeiro 
grau, mas, desta vez, fazia-se a lavagem ou ablução do rosto, cuja cerimônia prolongava 
o seu voto anterior do “bom uso das mãos”, para o compromisso definitivo de “ver, ouvir 
e falar”, dali por diante, conforme o procedimento e as regras morais da Confraria dos 
Essênios. 

O rito era simples, mas de profunda significação. O noviço prestava um juramento 

de vida moral superior, enquanto o ato da ablução das mãos e do rosto gravava-se 
profundamente na sua consciência como sentinela vigilante a acusar-lhe no futuro 
qualquer negligência em sua promessa. Ambas as cerimônias findavam-se pela 
concentração do neófito sobre a luz da lâmpada votiva empunhada pelo Servidor do 
Santuário, cuja luz então simbolizava a fonte luminescente do espírito de Deus a se 
irradiar por todas as criaturas. Finalmente, ele então pronunciava as seguintes palavras 
como um termo de consagração e de compromisso moral dos estatutos dos Essênios: 
“Deus, Todo Poderoso, que vitalizais com a vossa energia cósmica a mente e o coração 
dos homens, vossos servos, aceitai o voto sagrado que vos é feito por este humilde 
servidor, que se compromete a aumentar de duas horas o seu serviço para aliviar os 
leprosos, socorrer os órfãos, confortar os paralíticos, orar pelos loucos e consagrar-se 
aos desvalidos, enfermos e perturbados. Senhor! Ajudai-me a cumprir a vossa Vontade 
no mundo da matéria e despertar em mim a chama eterna do vosso Amor!” 

Em seguida, um adepto consagrado em grau superior acendia o círio do sacrifício 

da grande lâmpada sagrada, enquanto o Servidor do santuário familiar pousava suas 
mãos na cabeça de cada neófito ou candidato a terapeuta, pronunciando as seguintes 
palavras, que completavam o testemunho do compromisso espiritual da instituição: “Seja 

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