apóstolos de Jesus foram arrebanhados quase ao apagar das luzes da vida do Mestre e 
jamais poderiam escalonar no curto prazo de três anos as iniciações esotéricas do 
Círculo Interno essênio. Ademais, o modesto discípulo ou o terapeuta do mundo exterior, 
precisava de três anos de estágio nos santuários menores e de atividades benfeitoras 
na sua vida em comum para depois se candidatar às práticas dos graus superiores. 

No entanto, Jesus transmitiu oralmente a seus apóstolos muitos dos ensinamentos 

hauridos entre os anciãos do Monte Moab e até consagrou algumas das práticas 
esotéricas entre eles, como a cerimônia do ‘lava-pés” e a “ceia tradicional”, que o neófito 
essênio devia oferecer aos veteranos numa demonstração de júbilo fraterno. 

 
PERGUNTA: — Podereis dizer-nos algo do “Conselho Supremo” composto pelos 70 

anciãos essênios? 

RAMATÍS: — No Conselho Supremo só eram admitidos os Essênios idosos e de 

elevado teor espiritual, homens da mais alta sabedoria e que já haviam renunciado ao 
desejo da vida humana e jamais se negariam de sacrificar-se pela felicidade alheia. Eles 
permaneciam no equipo carnal na função de verdadeiros catedráticos da espiritualidade e 
no passado já haviam servido na “Fraternidade dos Profetas”. Na época de Jesus, entre 
os anciãos essênios estavam encarnados os profetas Ezequiel, Miquéias, Nehemias e 
Job, componentes do Conselho Supremo e todos sob a tutela do profeta Jeremias. Aliás, 
os anciãos essênios formavam o grupo de espíritos que desde os primórdios da Atlântida 
vinham elaborando os estatutos preliminares da efusão espiritual na Terra e o preparo da 
lavoura para as “sementes” abençoadas do Cristo-Jesus. Em tempos remotos foram 
conhecidos como os “Profetas Brancos”; depois, por “Antulianos”, “Dactylos”, “Kobdas” e 
finalmente Essênios. Atualmente já estão se disseminando outra vez pela Terra, a fim de 
organizar elevada confraria de disciplina esotérica em operosa atividade no mundo 
profano para a revivescência do cristianismo nas suas bases milenárias. Jesus também 
já havia estado com eles na Atlântida, quando viveu na Terra a majestosa personalidade 
de Antúlio, o profeta sublime, que em época tão recuada já fundara a “Fraternidade da 
Paz e do Amor”, cujos adeptos ficaram conhecidos pela tradição esotérica como os 
“Antulianos”. E Jesuelo, o notável discípulo atlântido, que lhe foi fiel até os últimos 
instantes da invasão dos bárbaros e da destruição do “Templo da Paz e do Amor”, onde 
sucumbiu Antúlio, também retornou à Judéia para o advento do Cristianismo, encarnado 
na figura de João, o Evangelista. 

Os anciãos essênios eram criaturas desprendidas de qualquer favorecimento no 

mundo de formas e nada seria capaz de despertar-lhes a cobiça ou o desejo de posse. 
Mas não era somente a idade avançada que os elegia para o alto comando dos 
Essênios, e sim a abdicação incondicional da própria vida em favor de qualquer causa 
ou necessidade humana. Pedro, que havia negado o Mestre três vezes na inquirição dos 
esbirros do Sinédrio, após alguns breves contatos com os Essênios, do Monte Moab, 
que lhe fizeram conhecer a significação exata da vida e da obra do Cristo-Jesus, deixou-
se crucificar serenamente em Roma, rogando apenas que o pusessem de cabeça para 
baixo, a fim de não ser igualado ao seu Mestre. 

Os essênios eram profundos conhecedores de toda a ciência da alma, pois o que 

muitos homens ainda hoje buscam através do esoterismo, da teosofia, da Rosa-Cruz, do 
espiritismo, da mensagem de Krishnamurti ou da Ioga, os velhos Essênios já o sabiam e 
o ensinavam em seus sigilosos santuários. 

 
PERGUNTA: — Podereis dar-nos alguma noção dos ritos ou votos habituais dos 

Essênios nos seus santuários? 

RAMATÍS: — Os “grandes santuários” radicavam-se nos montes Carmelo, Hermon, 

Moab, Ebat, Tabor e outros de somenos importância, enquanto os “pequenos 
santuários” disseminavam-se nas adjacências das encostas montanhosas, em alguns 
mosteiros abandonados, mas principalmente nas associações rurais e nos lares dos 
próprios adeptos conhecidos como “servidores profanos” ou “terapeutas” do mundo 
exterior. Ali não se praticavam ritos ou quaisquer liturgias iniciáticas vedadas aos 
profanos, mas apenas cerimônias singelas de apreciação pública e destinadas a 
assinalar o ingresso dos neófitos no seio da confraria menor essênia. Os santuários 

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