palavras de ânimo, alegria, consolo e esperança no futuro. 

As mulheres e as crianças cercavam-no com particular afeição, pois a ternura 

emanada de Jesus era um sedativo às almas simples, boas e cândidas. Afagava as 
crianças sem afetação e com o mais profundo sentimento de amor, despreocupado de 
causar efeitos favoráveis na mente de seus hospedeiros. Ele via sempre na criança o 
símbolo do cidadão do “reino de Deus”, em que o riso farto, a travessura inocente, as 
reações espontâneas e sinceras reproduziam as virtudes naturais do homem sublime. 
Também era de seu costume tratar com carinho as aves e os animais, não se pejando 
de curvar-se para o solo e socorrer o réptil ou o inseto venenoso, afastando-o do 
caminho onde seria fatalmente esmagado. Espontâneo e sincero, indiferente à crítica e 
à opinião pública, os seus gestos, palavras e atos eram sem afetação, refletindo 
claramente o seu espírito angélico, incapaz de qualquer sofisma ou capciosidade. 

As casas que Jesus freqüentava eram invadidas pela multidão vizinha. As criaturas 

aglomeravam-se pelas portas e janelas, ávidas de ouvirem o rabi da Galiléia tecer suas 
formosas parábolas de ensinamentos singelos e compreensíveis às próprias crianças. A 
Paz do Senhor pousava no teto do lar onde ele pregava a “Boa Nova” de esperança e 
amor, que comovia os corações mais empedernidos. As mães corriam a buscar seus 
filhos, pedindo ao profeta de Nazaré que os tocasse, pois se dizia que sua bênção era 
um lenitivo para as dores e preservação contra as doenças. Alguns curvavam-se à sua 
frente e rogavam contritos: “Benze-me, Rabi, pois eu sofro!” Inúmeras vezes as suas 
palavras ou apenas a sua augusta presença eram suficientes para curar os enfermos 
imbuídos de intensa fé

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 ou provocava explosões de remorsos, lamentos cruciantes e 

confissões de delitos conservados em sigilo. O Divino Rabi pousava o seu olhar 
complacente sobre todos; aconselhava ladrões a devolverem suas presas; mulheres 
duvidosas a se redimirem de seus pecados e criminosos endurecidos a vencerem seus 
instintos cruéis. Fortalecia as virtudes nos bons e a conduta superior nos regrados; 
infundia sua força angélica em todos, redimindo e incentivando transformações morais 
que ateavam chamas de bom viver nas criaturas hesitantes, engrossando assim as 
fileiras de sua corte messiânica. 

 
PERGUNTA: — Certa vez dissestes que, estando encarnado no tempo de Jesus, 

tivestes ensejo de conhecê-lo pessoalmente, quando visitastes a Hebréia. Poderíeis 
dizer-nos algo dessa vossa experiência junto ao Mestre? 

RAMATÍS: — Embora a nossa afirmação não vos sirva de prova irrefutável, mas 

apenas um enunciado de confiança, nós gozamos a felicidade de um encontro pessoal 
com Jesus, na Palestina, quando nos filiávamos a certa escola filosófica de Alexandria.

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Assim pudemos conhecer algo dos ensinamentos da “Boa Nova” e do “Reino do Céu” 
que Ele pregava entre os judeus e pagãos. Quando o encontramos, ele usava uma 
túnica de esmerada brancura e um manto azul-celeste, cabelos soltos nos ombros; e 
calçava umas sandálias de cordões amarrados nos tornozelos. Vimo-lo subir a encosta 
do morro, seguido pelos seus diletos discípulos e caminhando com infinito cuidado, a fim 
de não pisar sobre as pétalas aveludadas das anêmonas dos prados, que floresciam 
prodigamente, atapetando o solo com suas flores brancas, lilases e tarjadas de um roxo 
brilhante. Sob um bosque de ciprestes havia uma pedra avantajada e cômoda, 
emergindo entre os tufos de capim verde e florinhas silvestres, que estremeciam sob o 
afago da brisa suave. Voltando-se para a multidão que se formava a seus pés, encosta 
abaixo, Jesus primeiramente espraiou o seu olhar sereno sobre a paisagem. Sua alma 
parecia deleitar-se com os vinhedos, os ciprestes, os limoeiros, as oliveiras e a brancura 
dos campos de trigo agitando a sua cabeleira de espigas sobre o verde repousante do 
vale do Jordão. Tudo estava engalanado na força da estação primaveril; o campo cobria-

                                                        

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 Marcos, 5:24-34. 

 

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 Nota do Médium: - Ramatís fazia parte de certa escola iniciática de Alexandria, onde se procurava conhecer a 

contextura do “homem imortal”. Eram ensinamentos expostos à luz do ambiente tranqüilo da fraternidade oculta, 
parecidos com as convicções dos essênios e pitágóricos, porém, firmados francamente no conhecimento da Lei do 
Carma e no processo da Reencarnação. Não estamos autorizados a dizer que filósofo Ramatís foi na época, 
embora algo conhecido. 
 

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