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A influência benéfica do povo galileu na obra de Jesus
PERGUNTA: — Gostaríamos de conhecer maiores particularidades quanto à
contribuição do povo galileu na tarefa messiânica de Jesus. É possível?
RAMATÍS: — O povo galileu era habituado à simplicidade; não gozava da abastança
que choca os necessitados, mas também não sofria a miséria que confrange os mais
ricos. Era realmente um povo amável, respeitador e profundamente hospedeiro,
facilmente compreensivo para com as necessidades do próximo e sentia-se mesmo
eufórico em servir. Esse temperamento e modo peculiar do galileu, que o fazia feliz com o
hóspede na cabeceira de sua mesa, certo de que isso era muitíssimo agradável a Jeová,
deu margem para que Jesus firmasse inúmeras lições que louvavam a caridade e
insistiam no espírito de hospedagem. Mas o seu temperamento era algo rixoso, pois
discutiam facilmente por qualquer assunto religioso, embora sem as capciosidades dos
fariseus ou a obstinação dos saduceus. Os homens eram bulhentos em suas pescas,
negócios, festas e peregrinações; as mulheres, tímidas, serviçais, humildes e algo
supersticiosas.
Desde a mais tenra infância, os galileus acostumavam-se à incondicional obediência
aos preceitos religiosos e à vontade de Jeová. Eram essencialmente comunicativos com
seu Deus e faziam pouca diferença entre a vida carnal e a vida espiritual, quase
despercebidos da divisa que os separava do Além. Isso era uma peculiaridade comum
de todo o povo judeu, que mal poderia apontar onde começava a vida objetiva e
terminava a subjetiva, desde que se tratasse de assuntos religiosos. Jeová fazia parte
tão integrante de suas vidas, de suas devoções, dos seus prazeres e negócios, que
jamais eles poderiam manifestar qualquer dúvida na sua crença religiosa.
Antes de exigirem favores de Jeová, eles o adoravam através de oferendas diárias
da obediência absoluta, dos louvores e hosanas que tributavam sob qualquer pretexto
da sua vida em comum. Quando o Senhor não lhes correspondia nas lutas, nos
negócios, na libertação contra o inimigo, os judeus não se rebelavam nem descriam,
mas apenas se entristeciam, tal qual os filhos obedientes e afetuosos se conformam
com as negativas dos pais. No entanto, qualquer favor mais insignificante atribuído a
Jeová era motivo sagrado para eles oferecerem em seu louvor o melhor casal de
pombos, o carneiro mais gordo, o vaso de óleo mais cheiroso, o incenso mais fragrante
trazido da Índia, o presente mais terno buscado em Alexandria. Não era um tributo
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