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Jesus e seus aspectos humanos 

 
 
 
 
 
 

 
PERGUNTA: — Em vista de existirem tantas efígies de Jesus, em pinturas e 

esculturas, segundo a inspiração de cada artista, isto nos impede de conhecermos as 
características exatas ou a expressão da fisionomia do Mestre e do seu porte físico. E 
visto que o conhecestes pessoalmente, podeis informar-nos a tal respeito? 

RAMATÍS: — Jesus era um homem de estatura alta, porte majestoso, de um perfil 

clássico, hebraico, mas singularmente também possuía alguns traços imponentes de um 
fidalgo romano. Delicado nas formas físicas, porém, exsudava extraordinária energia à 
flor da pele, pois naquele organismo vibrátil as forças vivas da Natureza, aliadas a um 
potencial energético incomum do mundo etéreo-astral, denunciavam profunda atividade 
mental. A testa era ampla, suavemente alongada e seu rosto triangular, mas cheio de 
carne, sem rugas ou manchas até os dias da crucificação. Os lábios, bem feitos, com 
suave predominância do inferior, nem eram excessivamente carnudos, próprios dos 
homens sensuais, nem finíssimos e laminados, que lembram a avareza e a 
dissimulação. O nariz era reto e delicado, sem qualquer curvatura inferior que trai o 
homem de mau instinto; a barba espessa, um pouco mais escura do que os cabelos, 
caprichosamente separada ao meio e curta, tornando Jesus o perfil de um dos mais 
belos homens do mundo. 

O psicanalista moderno teria identificado em Jesus a figura do homem ideal, de 

fisionomia atraente e de uma expressão ao mesmo tempo meiga e enérgica, suave e 
séria, cujos lábios angélicos bem recortados, mal escondiam o potencial de um Gênio. 
Seus olhos eram claros, afetuosos e sumamente ternos, mas sempre dominados por uma 
expressão grave e melancólica; emitiam fulgores, às vezes inesperados, quando Ele 
parecia ligar-se subitamente às potências superiores. Então tornavam-se quase febris, de 
um brilho estuante de energia moral. Sem dúvida, era o olhar do anjo verberando a 
maldade e o cinismo dos espíritos satânicos, que tentavam subverter a vida humana, 
atuando do mundo oculto. No entanto, malgrado esse tom energético de admoestação 
espiritual severa, jamais desaparecia do seu semblante a expressão de mansuetude e de 
imensa piedade pelos homens. 

A sabedoria e o amor refletiam-se nele na mais pura harmonia. Diante do insulto, do 

sarcasmo ou da crueldade, seus olhos revelavam uma divina paciência e serenidade. O 
sábio cedia seu lugar ao anjo apiedado da ignorância humana. Quantas vezes o 

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