no recesso da humanidade terrena, chegou a advertir o seguinte: “aqueles que
quisessem segui-lo em busca do reino de Deus, teriam de renunciar aos desejos da vida
humana e, se preciso fosse, até abandonar pai e mãe! “ E por isso, acentuou
textualmente: “Quem ama o pai e a mãe mais do que a mim, não é digno de mim!”
Jesus recomendava amor e espírito de justiça, induzindo à libertação da família
no mundo material acima do egocentrismo de casta, em favor de toda a
humanidade. Ele procurou demonstrar que, apesar do vínculo sangüíneo e egoísta
da parentela humana, o homem não deve limitar o seu afeto somente às criaturas
viventes no ambiente de sua família ou simpatia. Muitas vezes, detrás da figura
antipática do vizinho ou de algum estranho desagradável, pode se encontrar
justamente um espírito nosso amigo de vidas passadas. No entanto, entre os
nossos mais íntimos familiares, às vezes, estão encarnados espíritos algozes, que
nos torturaram outrora e a Lei Cármica os reuniu para a necessária liberação dos
laços de culpa ou do perdão recíproco.
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O imenso amor de Jesus pela humanidade é que o afastou do compromisso de
constituir um lar. Não foi somente sua elevada qualidade espiritual, o motivo dele
conservar-se ligado a todos os homens e desprendido de um afeto exclusivo à família
humana; mas sim, a piedade, a ternura e a compreensão do sofrimento de todas as
criaturas. Em verdade, ele não condenou os direitos da família consangüínea, mas
apenas advertiu quanto aos perigos do afeto egocêntrico, que se gera no meio do lar,
embotando o sentimento do amor às demais criaturas. Por isso, ao recomendar a
terapêutica do “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, ele mesmo já havia
demonstrado esse amor incondicional, que abrange a Família-humanidade.
Isso era um cunho intrínseco de sua alma, pois aos doze anos de idade já respondia
dentro do conceito da família universal. Interrompido no seio de uma reunião por alguém
que lhe diz: “Eis que estão lá fora a tua mãe e teus irmãos que te querem falar”, o
menino Jesus surpreende a todos, quando assim responde: — “Quem é minha mãe? E
quem são meus irmãos?” Em seguida, ergue-se e movendo a mão num gesto
acariciante, que abrange amigos, estranhos, mulheres, velhos, crianças e jovens,
concluiu a sua própria indagação: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer
que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e
minha mãe!”
PERGUNTA: — Mas, Jesus aconselhando o homem a abandonar a família e
devotar-se a amar os outros, ou seja, a humanidade, essa atitude não será uma
decorrência justamente do fato de ele não ter amado fisicamente e de não haver
constituído um lar?
RAMATÍS: — Jesus não constituiu a clássica família humana nem amou fisicamente,
porque já era um Espírito liberto dos recalques do sexo. Ele não abjurou nem repudiou a
parentela humana apenas evitou os laços de sangue capazes de lhe oprimirem ou
limitarem as expansões do seu amor tributado à humanidade inteira.
Assim, as criaturas que o seguissem sob o impulso generoso desse amor
incondicional a todos os seres, evidentemente seriam hostilizadas pelos seus próprios
familiares, incapacitados para compreenderem tal efusão despida de interesses
egoístas. Ante o Mestre Jesus, o casamento não deveria impedir a floração dos
sentimentos naturais de cada cônjuge, quanto ao seu proverbial espírito de justiça,
tolerância, amor e devotamento ao próximo. O simples fato de duas criaturas unirem
seus destinos na formação de um novo lar, não deve ser impedimento destinado a
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Nota do Médium: - Em nosso bairro da Água Verde, em Curitiba, conhecemos uma senhora que implicava
odiosamente com um menino da vizinhança, e não lhe dava razão, mesmo quando seu filho agia com flagrante
injustiça e desonestidade nas arruaças de infância. Já se previa uma tragédia entre os adultos quando, freqüentando
o nosso trabalho mediúnico, essa mesma senhora, após sentidos queixumes de verberações contra o referido menino
detestado, ouviu do guia a severa advertência: ‘O seu amor materno egoísta está lhe fazendo praticar as maiores
injustiças, pois na existência passada o seu atual filho foi um homem leviano, rico e despudorado, que levou a irmã ao
prostíbulo e ao desespero. No entanto, surgiu outro homem digno, bom e piedoso, que não só a retirou do lodo como
ainda lhe deu a segurança desejada do casamento e da paz de espírito. Esse outro homem, a quem minha irmã deve
a sua salvação e redenção no passado, é justamente o atual filho do vizinho, tão odiado por você e ali situado por
efeito da Lei do seu Carma.
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