humana. 

Já dissemos, alhures, que uma estranha alegria e emoção paradisíaca envolveram 

as criaturas de bons sentimentos ante a presença de Jesus e dos seus anjos junto à 
Terra, tal qual na primavera as macieiras, as cerejeiras e os pessegueiros floridos, 
iluminados à luz do Sol e sob o azul sidérico do céu, também despertam em nossas 
almas emoções mais ternas e as sentidas saudades de um mundo desconhecido, mas 
vivo no imo de nossa alma. A Terra ficou impregnada de fluidos sedativos e 
esperançosos, que amainavam as tempestades e as aflições humanas, enquanto se 
purificava o cenário triste do mundo material. Sob essa influência amorosa e pacífica, 
consolidaram-se fórmulas de paz e de construtividade entre os governantes e 
floresceram as artes; concretizaram-se projetos benfeitores e se multiplicaram iniciativas 
de amparo aos deserdados. Reis e chefes de tribos belicosas, movidos por um 
sentimento de magnanimidade, indultavam seus prisioneiros, alforriavam escravos e 
cessavam empreendimentos belicosos. Enfraqueciam-se as demandas violentas, 
multiplicavam-se a tolerância e a ternura nos corações dos homens, superando 
facilmente os impulsos destrutivos e violentos do instinto inferior. 

Embora Jesus sempre tivesse permanecido em Espírito junto dos homens, durante 

a sua encarnação terrena, ele manifestou-se pessoalmente no seio da comunidade 
humana e envolveu-a diretamente com sua excelsa vibração sideral e vivência mais 
íntima com o Cristo Planetário. Em verdade, as potências angélicas haviam derrotado 
fragorosamente as legiões satânicas e Jesus atingira a carne terrícola, protegido e 
recebendo um organismo físico de genética sadia e de ótima contextura cerebral. 
Malgrado as investidas diabólicas do Comando das Trevas, ele pudera configurar-se 
num menino formoso e lúcido, que iniciaria a sua peregrinação física para entregar à 
humanidade terrena a mensagem de sua libertação espiritual. 

Em torno do seu berço as potestades angélicas haviam colocado poderosas 

barreiras de luz, a fim de dissociarem qualquer carga de magnetismo nefasto ali 
projetado, com intenção de impedir-lhe a sublime missão crística. Jesus, realmente, 
vencera Satanás; e a Luz sublime do Anjo triunfara sobre o reino das Trevas! 

 
PERGUNTA: — José, pai de Jesus, nunca percebeu algo de extraordinário em seu 

filho Jesus que o convencesse de tratar-se de uma entidade messiânica? 

RAMATÍS: — Conforme já dissemos, José era um homem prudente e sisudo, e até 

incrédulo às visões mediúnicas freqüentes de Maria, pois sua vida decorria num ritmo 
prosaico, de intenso trabalho e abnegação incessantes para com a família. No entanto, ele 
mesmo não pôde furtar-se aos fenômenos que lhe atingiram o espírito durante o 
nascimento de Jesus, quando, apesar de sua severidade e prudência espiritual, lhe 
pareceu distinguir sons e melodias indefiníveis, enquanto sua alma pressentia uma luz 
safirina e prateada. Temeroso da zombaria dos demais e não podendo identificar tais 
fenômenos pela sensibilidade física, então preferiu silenciar quanto a essa sensação 
estranha e aceitando-a mesmo à guisa de alucinação. No entanto, Maria, sua esposa, 
adormecida num transe feliz, viveu a plenitude dessas ocorrências venturosas, pois só 
teve conhecimento do despertar do seu filho excelso no mundo, quando ele já se achava 
tranqüilo, deitado a seu lado, no singelo berço de palha. 

Alguns rabis puros de coração, mais tarde, confirmaram que haviam pressentido 

ondas de luz e de perfumes durante o ofício na sinagoga, no momento presumível do 
nascimento do menino Jesus. Enquanto isso, pastores e camponeses, simples e bons, 
juraram ter visto sobre a casa de Sara, onde Jesus nascera, súbitas refulgências que 
pareciam cintilações à luz do Sol surgindo detrás das nuvens. Em verdade, as hostes 
angélicas projetavam suas luzes profiláticas e desintegradoras no ambiente onde Jesus 
deveria nascer, a fim de eliminarem as substâncias pestilentas, os detritos e petardos 
magnéticos, que eram projetados pelos espíritos das Trevas desejosos de impedirem o 
sucesso do advento do Messias. 

 
PERGUNTA: — As pessoas que visitavam o menino Jesus chegaram a notar-lhe 

alguma coisa de extraordinário, além de sua beleza propriamente humana? 

RAMATÍS: — Além da excelsa beleza e do encanto do menino Jesus, os que o 

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