ansiedade espiritual; e um suave magnetismo penetrava no espírito dos seus moradores. 
Os seres, nesses dias, passaram a entender-se pacificamente; ninguém reclamava em 
juízo quaisquer direitos, mostrando-se indiferentes aos litígios. A avareza e a ganância 
humana se enfraqueciam sob a força dessa influência desconhecida e salutar, que punha 
todos os interesses humanos em situação secundária. 

Eis o motivo por que os religiosos criaram lendas e milagres em torno do nascimento 

do menino Jesus, na Terra, associando-lhe as mesmas fantasias atribuídas a outros 
instrutores espirituais da humanidade. Nenhuma estrela se moveu no céu, guiando reis 
magos até Nazaré, embora Melchior, Baltazar e Gaspar tivessem realmente procurado 
identificar o local onde se encarnara o Avatar prometido para aquela época. Eram velhos 
magos e experimentados astrólogos, que pela disposição extraordinária dos astros no 
signo de Pisces e além de sua profunda sensibilidade mediúnica, certificaram-se de que 
uma Entidade de alta estirpe espiritual teria nascido na Terra, naqueles dias proféticos 
para os conhecedores da Astrologia. Em conseqüência, devido aos seus cálculos 
astrólogicos e à sua habilidade esotérica, puderam identificar que a posição conjuncional 
de Saturno, Marte e Júpiter marcava uma data sideral de suma importância para as 
atividades espirituais. Era um indício perfeito do clima vibratório favorável aos 
acontecimentos espirituais mais excelsos, pois o magnetismo suave e inspirativo do signo 
de Pisces, balsamizando o campo astrológico sobre a Judéia, e a presença simbólica da 
estrela assinalada há milênios, como o sinal incomum do Messias, compreendido na 
conjunção de Saturno, Júpiter e Marte, deram aos tradicionais magos a certeza do 
nascimento de Alta Entidade na superfície da Terra. 

A natureza sublime de Jesus e suas hostes amigas irradiando a luz angélica sobre a 

atmosfera terrena, bafejava os corações dos homens e das mulheres mais sensíveis, 
despertando-lhes um sentimento de confraternização e convergência mental para os 
ideais superiores. Na verdade, consumado o nascimento do excelso menino no plano 
físico, os anjos, os mestres e os auxiliares espirituais do Senhor, então se prosternaram, 
felizes, embora exaustos da inconcebível tarefa de ajustar o poderoso Espírito de Jesus 
no corpo vibrátil do “beija-flor” humano, que surpreendia as criaturas mais pacatas e 
comovia as mais endurecidas. Em seguida, todos ergueram seus cânticos ao 
Magnânimo Autor da Vida e Lhe renderam graças pelo sucesso feliz do Messias 
despertar na carne humana, livre de defeitos ou lesões orgânicas, superando os 
objetivos malignos do comando das Trevas. 

Mas a delicadeza orgânica do menino Jesus, dali por diante ainda passou a exigir 

rigorosa vigilância e proteção do Alto, pois os espíritos trevosos continuavam a investir 
tenaz e obstinadamente no sentido de abalar o seu corpo carnal. Eles haviam 
mobilizado os recursos mais astuciosos e ofensivos para impedir o advento de Jesus na 
Terra, uma vez que a mensagem crística do Evangelho terminaria roubando-lhes 
inúmeras criaturas ainda escravas dos vícios e das paixões terrenas, e vítimas para 
saciar-lhes os desejos mórbidos e atender-lhes os eventos pecaminosos do astral 
inferior. Com sua sanha diabólica, os inimigos da luz tentaram perturbar os próprios 
ascendentes biológicos de José e Maria, decididos a enfraquecer o organismo carnal 
planejado pelos Biólogos Siderais, e que deveria servir como instrumento messiânico na 
jornada redentora de Jesus. 

 
PERGUNTA: — Gostaríamos de conhecer outros detalhes do júbilo dos anjos e de 

sua influência sobre a Terra, quando do nascimento de Jesus. É possível? 

RAMATÍS: — É óbvio que essa influência sublime sobre os homens de bons 

sentimentos atuou pela via espiritual e não se fez ostensiva aos sentidos físicos. No 
entanto, alguns iniciados de Alexandria, Índia, Arábia e dos santuários essênios situados 
nos montes Moab, no Carmelo e Monte Hermon, na Judéia, também conseguiram 
identificar que um acontecimento de alta significação espiritual se dera na face do orbe, 
marcando, talvez, a descida de um Avatar. Isaías e Miquéias, os profetas que previram a 
vinda do Messias, no Velho Testamento, foram então lembrados, enquanto os 
astrólogos, iniciados e magos, consultando as cartas astrológicas e as posições raras 
dos astros, confirmaram, realmente, que se iniciava nova era de transformação moral e 
espiritual da humanidade, graças à presença de um Espírito poderoso no seio da carne 

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