espírita hoje as explica satisfatoriamente mediante as faculdades mediúnicas.

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Embora Maria ignorasse a que estranhos caminhos o destino a levaria, as entidades 

que a assistiam aconselhavam-na a aceitar o viúvo José, como esposo e companheiro, 
pois havia sido escolhido no Espaço para a elevada missão de pai do Messias, na Terra. 
A tarefa desses espíritos não era isenta de decepções e obstáculos, porquanto 
enfrentavam a mais acirrada e furiosa investida das Sombras, na tentativa de impedir o 
advento de Jesus na face do orbe terráqueo. José e Maria, além de suas próprias 
virtudes espirituais defensivas, gozavam do prestígio e apoio de algumas falanges de 
menor graduação espiritual, porém, vigorosas e decididas, que também se propuseram a 
cooperar na proteção do Salvador dos homens. E então, saneavam as imediações de 
Belém, desintegrando fluidos mórbidos e eliminando cargas magnéticas maléficas, a fim 
de proteger o nascimento de Jesus sob circunstâncias satisfatórias. 

Depois de casada, certa vez, achando-se em profundo recolhimento, sob o doce 

enlevo de uma prece, Maria, dominada por estranha força espiritual, sentiu-se fora do 
organismo carnal e situada num ambiente de luzes azuis e róseas rendilhadas por uma 
encantadora refulgência de raios safirinos e reflexos opalinos; e então, com grande júbilo, 
ela reconheceu, de súbito, o seu devotado anjo de guarda, que a felicitou, dizendo que o 
Senhor a escolhera para ser mãe de iluminado Espírito, o qual aceitaria o sacrifício da 
vida humana para redimir os pecados dos homens. Envolvida por um halo de perfumes, 
misto de doçura do lírio e da fragrância do jasmim, sentindo-se balsamizada por suave 
magnetismo, viu seu guia apontar-lhe alguém, a seu lado, dizendo-lhe que se tratava do 
Espírito do seu futuro filho. Maria vibrou de júbilo e quis postar-se de joelhos, quando 
percebeu a sublime entidade recortada num halo de luz esmeraldina, claríssima, cuja 
aura se franjava de tons róseos e safirinos respingados de prata, a sorrir-lhe docemente. 
Então a entidade que seria Jesus, o Enviado do Cristo à Terra, chamou-a sob 
inconfundível ternura e pelo seu “nome sideral”, recordando a Maria o compromisso de 
fidelidade espiritual assumido antes de ela encarnar-se. No recesso de sua alma, ela 
evocou o passado, sentindo-se ligada ao magnífico Espírito ali presente, e clareou-se-lhe 
a mente ante a promessa que também fizera de recebê-lo no seu seio como filho carnal. 

O maravilhoso contato espiritual com Jesus fez Maria reavivar todas as recordações do 

pretérito e recrudescer-lhe a saudade do seu mundo paradisíaco. Enquanto uma sombra 
de angústia lhe invadia a alma, ao assumir novamente o comando do corpo carnal, ela 
sentiu prolongar-se na sua consciência física aquele êxtase de Paz e Amor, que a 
envolvera ante a presença do ente sublime e amoroso a encarnar-se como o seu primeiro 
filho. Embora sem poder definir claramente o acontecimento tão singular, Maria narrou a 
José o impressionante quadro que lhe despertara a mais sublime emoção espiritual, e a 
certeza de vir a ser mãe de um formoso anjo descido dos céus. José, homem de senso 
prático e prudente, avesso a sonhos e a fantasias improváveis em sua vida tão pobre, fitou 
a jovem esposa e apenas sorriu, certo de que todas as mães só esperam príncipes, como 
filhos, e não homens comuns. 

 
PERGUNTA: — Maria, quando em vigília, não guardava certeza de que seria 

realmente a mãe do Messias? 

RAMATÍS: — A elevada estirpe espiritual de Maria era suficiente para convencê-la 

intimamente da possibilidade de vir a ser mãe de algum elevado espírito, pois isso seria 
o corolário de sua própria graduação angélica. Na Terra, os pais talentosos ou bem 
apessoados jamais admitem a possibilidade de gerarem descendentes feios, imbecis ou 
atormentados. E Maria não era criatura rude, presunçosa ou vaidosa, mas sim mulher 
terna, humilde, carinhosa e jovial, apesar de sua falta de cultura e dificuldade de 
raciocínios incomuns. Avessa à crítica, à maldade e à ironia, era modesta no seu viver. 
A sua meiguice e o seu sorriso angélico tornavam-na capaz de atrair as mais puras 
amizades. Quando solteira fora o centro de convergência da confabulação e dos 
segredos das jovens companheiras; casada com José, todos os seus vizinhos, amigos e 
parentes a conheciam pela suave denominação de “Doce Maria”. 

                                                        

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 Dom Bosco, Antônio de Pádua, Teresinha de Jesus, Francisco de Assis, e outros luminares da Igreja Católica, 

inclusive alguns papas, também tiveram visões mediúnicas inconfundíveis. 
 

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