e desenvolve em si mesmo, habitando a Terra ou somente o Espaço. Não há milagres 
nem subterfúgios da parte de Deus; nenhuma entidade espiritual, malgrado ser um Logos 
Solar, poderá ensinar, orientar e alimentar humanidades encarnadas, caso não se trate de 
uma consciência absolutamente experimentada naquilo que pretende realizar. Não 
havendo “graças” imerecidas, nem privilégios divinos, obviamente os arcanjos também 
fizeram sua escalonada sideral sob o mesmo processo extensível a todas as almas ou 
espíritos impelidos para o seu aperfeiçoamento. Se um Arcanjo ou Logos planetário pode 
ligar-se ao Espírito de um medianeiro, como o Cristo uniu-se a Jesus, e sendo incessante 
o progresso espiritual, mais cedo ou mais tarde, o próprio Jesus alcançará a mesma 
freqüência e graduação arcangélica. E quando o espírito do homem alcança a condição 
beatífica de Arcanjo, ele é então chamado o “Filho Sideral”; é um Cristo, cujo estado 
espiritual absoluto é o Amor, como a “Segunda Manifestação de Deus” ou a “Segunda 
Pessoa da Santíssima Trindade”, ainda tão mal compreendida entre os católicos e os 
protestantes, e injustamente criticada pelos espíritas ortodoxos. 

Assim, o Logos ou Cristo planetário da Terra é realmente a Entidade Espiritual que, 

atuando na consciência global de toda a humanidade terrícola, alimenta e atende a todos os 
sonhos e ideais dos homens. É a Fonte Sublime, o Legado Sideral de Deus doando a Luz 
da Vida; o “Caminho, a Verdade e a Vida”, em ação incessante através da “via interna” de 
nossa alma. Não é evidente que a lâmpada elétrica de vosso lar busca sua luz e força no 
transformador mais próximo, em vez de solicitá-la à Usina distante? Deus, como “Usina 
Cósmica” e alimentador do Universo, legou aos seus Arcanjos, transformadores divinos de 
Luz e Vida, o direito e a capacidade de atenderem às necessidades humanas nas crostas 
terráqueas, doando-lhes a energia devidamente dosada para a suportação e benefício 
espiritual de cada ser. Não há desperdício energético no Cosmo; jamais a Divindade oferece 
um tonel de água para quem só pode suportar o conteúdo de um copo. 

Os homens perdem-se pelos escaninhos dos raciocínios obscuros, buscando a 

Verdade e a Glória através de processos complexos e escravizando a Razão às formas 
transitórias, enquanto, junto de si, continua o copo de água refrescante do Evangelho, 
capaz de saciar toda sede humana. Mal sabem eles que Jesus codificou, em linguagem 
simples e de execução fácil, o Pensamento e a Glória do próprio Cristo Planetário. 

 
PERGUNTA: — Existe alguma referência bíblica indicando-nos que o Cristo é 

realmente um Espírito planetário, e não o próprio Jesus de Nazaré? 

RAMATÍS: — Conforme já temos dito, cada orbe tem o seu Logos ou Cristo 

planetário, seja a Terra, Marte, Júpiter, Saturno ou Vênus. De acordo com a graduação 
espiritual de suas humanidades, também há maior ou menor absorvência da aura do seu 
Cristo, o que, às vezes, é assinalado com acerto pelos astrólogos, no estudo de suas 
cartas zodiacais coletivas. 

Quanto mais evoluída é a humanidade de um orbe, ela também é mais sensível ou 

receptível à vibração espiritual do seu Arcanjo planetário; sente mais intimamente a sua 
influência benfeitora e pende para as realizações superiores. 

No entanto, quando chega a época tradicional de “Fim de Tempos” ou de seleção 

espiritual nos planetas promovidos a melhor padrão educativo, é feita a separação no 
simbolismo dos lobos, das ovelhas, do joio e do trigo. Então os espíritos reprovados são 
considerados à esquerda do seu Cristo planetário, ou seja, à esquerda do Amor. Em 
seguida são exilados para orbes inferiores, cuja vida inóspita afina-se com o conteúdo 
espiritual violento, agressivo e despótico, que é próprio da sua graduação inferior. Essa 
emigração incessante de orbe para orbe, então gerou a lenda bíblica da “queda dos anjos”, 
ou seja, espíritos talentosos, astutos e orgulhosos que subvertem as atividades do Bem, 
pelo abuso do poder e de privilégios em suas existências planetárias. 

Mas é João Evangelista, no Apocalipse, quem deixa entrever de modo sibilino e sem 

duplicidade que o Cristo é uma entidade e Jesus outra, quando assim ele diz: “E eu ouvi 
uma grande voz no céu, que dizia: Agora foi estabelecida a salvação, e a fortaleza, e o 
reino de nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque foi precipitado o acusador de nossos 
irmãos, que os acusava dia e noite diante de nosso Deus” (Apocalipse, 12:10). João se 
refere, indiretamente, ao Cristo planetário do vosso orbe, de onde é enxotado Satanás, 
após a profética seleção espiritual, ou seja, simbolizado na comunidade de espíritos 

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