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Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário
PERGUNTA: — Conforme deduzimos de vossas palavras, então Jesus é uma
entidade e o Cristo outra? Porventura tal concepção não traz mais confusão entre os
católicos, protestantes e espíritas, já convictos de que Jesus e o Cristo são a mesma
pessoa?
RAMATÍS: — Em nossas singelas atividades espirituais, nós transmitimos mensagens
baseadas em instruções recebidas dos altos mentores do orbe. Portanto, já é tempo de
vos afirmar que o Cristo Planetário é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de
Nazaré, espírito sublime e angélico, foi o seu médium mais perfeito na Terra. O excessivo
apego aos ídolos e às fórmulas religiosas do vosso mundo terminam por cristalizar a
crença humana, sob a algema dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos e para não
chocar o sentimentalismo da tradição. As criaturas estratificam no subconsciente uma
crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional e, obviamente, terão de sofrer quando,
sob o imperativo do progresso espiritual, têm de substituir sua devoção primitiva e
saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade. Os religiosos de
tradição, herdeiros e repetidores da crença dos seus avoengos e preferida pela família,
habituados a “adorar” e jamais “pensar”, sentem-se amargurados quando têm de
abandonar as imagens preferidas de sua devoção e substituí-Ias por outras mais
estranhas.
Assim, correspondendo à assimilação progressiva humana, Deus primeiramente foi
devotado pelos homens primitivos através dos fenômenos principais da Natureza, como o
trovão, a chuva, o vento, o mar, o Sol. Em seguida, evoluíam para a figura dos múltiplos
deusinhos do culto pagão. Mais tarde, as pequenas divindades fundiram-se, convergindo
para a idéia unitária de Deus. Na Índia honrava-se Brahma, e Osíris, no Egito; e Júpiter
na Olímpia; enquanto os Druidas, no seu culto à Natureza, cultuavam também uma só
unidade. Moisés expressa em Jeová a unidade de Deus, embora ainda o fizesse bastante
humanizado e temperamental, pois todos os sentimentos e emoções dos hebreus, no
culto religioso, fundiam-se com as próprias atividades do mundo profano. Com o
aparecimento de Jesus, a mesma idéia unitária de Deus evoluiu então para um Pai
transbordante de Amor e Sabedoria, que pontificava acima das quizílias humanas,
embora os homens ainda o considerassem um doador de “graças” para os seus
simpatizantes e um juiz inexorável para os seus contrários.
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