RAMATÍS: — Realmente, não é preciso muito conhecimento para os estudiosos da 

Astrologia verificarem que sob a conjunção favorável dos astros só ocorrem fatos e 
acontecimentos louváveis para a humanidade, tal como o nascimento de Jesus, o início da 
Era Cristã, o renascimento das artes e das ciências benfeitoras, ou então períodos longos 
de paz. No entanto, as situações astrológicas entre os orbes de fluidos discordantes ou de 
má combinação magnética, marcam acontecimentos indesejáveis, que modificam a 
paisagem do orbe ou eventos trágicos, como as revoluções e guerras, onde se trucidam 
homens, mulheres e crianças. 

Em geral, os astrólogos tomam o efeito pela causa e supõem que a boa ou má 

influência de certo astro é que realmente determina os acontecimentos bons ou maus do 
mundo. Na verdade, os fatos favoráveis ou desfavoráveis preconizados pelos astrólogos já 
se encontram determinados há muito tempo. Eles eclodem sob tal conjunção ou signo 
zodiacal, não por força fatal dos astros, mas porque são acontecimentos cármicos previstos 
para tal circunstância no esquema da Astrologia. Em verdade, os Diretores Siderais fixam 
os acontecimentos bons em concomitância com as conjunções ou presenças planetárias 
de boa influência, assim como os fatos trágicos se sucedem marcados pelas combinações 
astrológicas de má influência. Resta, então, aos estudiosos perscrutarem as posições 
zodiacais e, tanto quanto lhes for de sucesso o dom intuitivo, preverem aquilo que já está 
delineado por força do progresso e do destino espiritual dos homens. 

Na sucessão desse calendário sideral, os “momentos” ou “dias bons” alternam-se com 

os “dias aziagos”, tal qual os domingos, dias santos e feriados são dias agradáveis para 
passeios, divertimentos, excursões ou visitações; e o ano bissexto ou o dia 13, de sexta-
feira, fazem com que os mais supersticiosos evitem casamentos, mudanças, inícios de 
negócios ou comemorações. 

 
PERGUNTA: — Como poderíamos entender que do campo magnético ou 

astrológico produzido pela conjunção de Saturno, Júpiter e Marte tivesse resultado uma 
influência favorável ao nascimento de Jesus na Terra? 

RAMATÍS: — As influências astrológicas “predispõem” o temperamento ou as 

iniciativas das criaturas, mas não determinam nem “impõem” destinos, pois estes já 
estão traçados de há muito tempo. Eles se sucedem ao surgir de tal astro ou sob certo 
signo astrológico, porque foram marcados e previstos. 

Não são as combinações planetárias, como o ascendente, o descendente ou a 

dominante de alguns astros e signos astrológicos, que criam os “bons” ou os “maus” 
presságios na navegação marítima, no transporte rodoviário, aéreo ou ferroviário, os 
eventos felizes ou as perturbações trágicas nas famílias e nos agrupamentos humanos. 
Eles só marcam e predispõem os acontecimentos de há muito tempo já delineados sob a 
disciplina da Lei do Carma. Não é a visita de tal ou qual astro ou o efeito de certa 
conjunção planetária que desata os fatos indesejáveis, mas é a imperícia, imprudência, 
estultícia ou embriaguez dos dirigentes dos veículos terrestres, marítimos ou aéreos, 
quase sempre os responsáveis por isso. Aliás, embora os acontecimentos trágicos vos 
pareçam ocasionais ou imprevistos, eles podem ter sido traçados pela Administração 
Sideral devido a uma coincidência cármica. Então ali se escolhem e se agrupam, 
justamente, criaturas cuja ficha moral as condiciona a um determinado fato, ocorrência ou 
acidente de resgate coletivo, ensejando-lhes a liquidação dos débitos das existências 
passadas.

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Sob qualquer aspecto planetário de boa ou má influência astrológica, Jesus sempre 

revelaria o mesmo caráter impoluto e a mesma capacidade de renúncia aos bens da vida 
humana, porquanto essas qualidades eram próprias de sua alma evoluída e não das 
interferências benfeitoras de astros e signos. Portanto, a conjunção planetária de 
Saturno, Júpiter e Marte, esposada sob o suave signo de Pisces, já fora escolhida e 

                                                        

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 É o caso do incêndio do circo em Niterói, em que morreram centenas de crianças queimadas sob o fogo impiedoso, 

as quais, no entanto, eram os mesmos espíritos que, há alguns séculos, em Roma, haviam também contribuído para a 
morte de centenas de filhos de cristãos numa festividade macabra, em homenagem a certo general romano. E o mais 
importante é que os responsáveis pelo fogo do circo de Niterói foram os mesmos espíritos que, em Roma, atearam o 
incêndio do picadeiro saturado de resinas onde se acotovelavam as crianças cristãs. A Lei Cármica, portanto, também 
usou os mesmos carrascos do passado para punir esses culpados cármicos. 
 

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