biológica hereditária, embora lhe atribuíssem uma linhagem excepcional da estirpe de
Davi.
5
O Mestre mobilizava todos os recursos possíveis para evitar sua desencarnação
prematura, cujo corpo de carne se ressentia do potencial elevado das vibrações emitidas
pelo seu Espírito angélico. Vivia, em alguns minutos, os pensamentos, as emoções,
angústias e ansiedades que os terrícolas não conseguiam viver em uma existência. O
ritmo do metabolismo de sua vida espiritual ultrapassava o limite áurico de toda a
humanidade terráquea, e os seus raciocínios transbordavam fora do tempo e do espaço,
exaurindo-lhe o cérebro.
No seu hercúleo esforço para situar-se a contento, na carne, Jesus assemelhava-se
a um raio de sol tentando acomodar-se numa vasilha de barro. A sua mente vivia
hipertensa, cujo impacto se descarregava sobre os plexos nervosos, oprimiam-lhe o
cérebro, os nervos, o sangue e os vasos capilares, resultando, então, perigosos hiatos
na rede circulatória. O turbilhão de pensamentos criadores vibrava e descia da
superconsciência; ele então recorria aos jejuns periódicos, a fim de o seu espírito
conseguir maior liberdade nessas fases pré-agônicas de desafogo da matéria. Outras
vezes, o próprio organismo mobilizava recursos biológicos de emergência e vertia suor e
sangue, compensando, com essa descarga imediata de humores, a perigosa tensão
“psicofísica”, fruto do fabuloso potencial de energia espiritual a lhe prensar a carne
frágil!
6
Embora as paixões e os desejos estejam na alma, Jesus também se via obrigado a
mobilizar os seus recursos, angélicos, a fim de neutralizar as vibrações pesadas do
ambiente onde se encontrava, assim como as flores delicadas resistem aos ventos
agressivos. A própria narrativa religiosa, simboliza na tentação de Satanás
7
ao Mestre
Jesus, no “deserto da vida humana”, a força dos impulsos da animalidade pretendendo
enlaçá-lo nas teias sedutoras da vida sensual e epicurística do mundo.
Malgrado o terrícola ainda não possuir sensibilidade moral apurada, em condições
de avaliar o imenso sacrifício e abnegação despendidos por Jesus para descer aos
charcos do vosso mundo, são bem menores as lutas, angústias e os tormentos do
pecador, no sentido de purificar-se até subir às esferas da angelitude, ante o martírio do
anjo que renuncia às venturas celestiais dos mundos divinos, para descer ao abismo
pantanoso dos mundos materiais, como sucedeu a Jesus.
É bem mais fácil e cômodo despojarmo-nos dos trajes enlameados e tomarmos um
banho refrescante, do que vestirmos roupas pesadas e descermos a um fosso de lodo
repulsivo e infeccionado, onde se debatem criaturas necessitadas de nosso auxílio.
Paz e Amor.
Ramatís
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Lucas, 2:4. II Timóteo, 2:8.
6
Nota do Revisor:
O Evangelho de Lucas
, cap. 22, vers. 44, refere o seguinte: “E veio-lhe um suor de sangue, como
de gotas de sangue, que caía sobre a terra”. Trata-se de suor sangüíneo por hemorragia das glândulas sudoríparas,
que a Medicina chama de hematidrose.
7
Mateus, cap. 4:1-11.
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